Após as últimas partidas de futebol, cabo de guerra, luta corporal, corrida com tora, arremesso de takape e natação, os índios se despediram do 10º Campeonato Pataxó. “Todos nós recebemos medalhas. Na verdade, ela é o que menos importa. O que levamos de verdade é o orgulho da vitória que fica no coração”, afirmou o índio Tupinambá, Curimã.
Os índios mostraram que também têm paixão pelo futebol e que são bons de bola. Partidas acirradas foram disputadas, reunindo torcedores e turistas curiosos em vê-los jogar com trajes indígenas.
Houve até empate, entre pataxós e tupinambás e, nos pênaltis, a equipe tupinambá saiu vitoriosa. “Há quatro anos participo, com a equipe, dos jogos, e sempre viemos firmes de Ilhéus para buscar o primeiro lugar. A premiação pode até ser simbólica, mas, com certeza, levamos a vitória no peito, junto com a satisfação de participar desse campeonato tão importante para a afirmação da nossa cultura”, ressaltou o índio Tupinambá, da aldeia de Ilhéus, Tapiá, que fez o gol da vitória nos pênaltis.
Diversas modalidades foram disputadas em Coroa Vermelha, desde sexta-feira (16), além do crescimento no número de equipes participantes, uma das novidades do campeonato, foi o aumento do trajeto da corrida rústica, que esticou mais 500 metros pela praia, deixando muito índio cansado.
Apenas os mais preparados conseguiram resistir à prova e cruzar a linha de chegada, com fôlego. “Apesar de ter apenas 16 anos, me senti com 60, quando acabei a prova da corrida. Cansei bastante devido à extensão do percurso”, ressaltou a índia pataxó, Naktamanihã, que participa da competição desde criança e considera o evento de fundamental relevância para o povo indígena.
“Não podemos deixar a nossa cultura morrer. Nesses jogos conseguimos unir todas as faixas etárias e os mais novos tiveram a oportunidade de aprender muito sobre o nosso povo e se apaixonar pelo que temos e somos”, disse Naktamanihã.
Apoiados desde 2007 pelo Governo do Estado, por meio da Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb), que fornece todo o material esportivo, além de premiação e alimentação durante as disputas, os Jogos Indígenas vêm crescendo progressivamente, e este ano, reuniram 1.200 atletas, sendo 400 de outras aldeias.
“Para 2011 temos planos de criar mais uma competição indígena estadual, com o objetivo de dar mais um passo na afirmação da cultura indígena na Bahia”, disse o assessor técnico da Sudesb, Ney Santos, que acompanhou os jogos, em Coroa Vermelha.
Fonte: Radar64
http://www.radar64.com/ler.php?doc=7828
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